ATA DA SEGUNDA REUNIÃO
ORDINÁRIA DA TERCEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
13.01.1999.
Aos treze dias do mês de
janeiro do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada,
Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Guilherme Barbosa, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann e Nereu D'Ávila, Titulares, e Cyro Martini, Fernando
Záchia, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel e João Motta, Não-Titulares. Ainda,
durante a Reunião, compareceram os Vereadores Isaac Ainhorn, Luiz Braz e Reginaldo
Pujol, Titulares. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias
da Ata da Primeira Reunião Ordinária, que deixou de ser votada face a
inexistência de "quorum". À MESA foram encaminhados: pelo Vereador
Carlos Alberto Garcia, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Fernando
Záchia, o Pedido de Informações nº 01/99 (Processo nº 166/99); pelo Vereador
João Carlos Nedel, 07 Pedido de Providências; pelo Vereador João Dib, 01 Pedido
de Providências e os Pedidos de Informações nºs 154 e 156/98 (Processos nºs
3487 e 3524/98, respectivamente), pelo Vereador Luiz Braz, 02 Pedidos de
Providências e o Pedido de Informações nº 155/98 (Processo nº 3516/98). Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 498/98, 01, 05 e 08/99, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre; 97/98, da Secretaria Municipal de Educação; s/nº, do
Sindicato dos Bancários de Porto Alegre - CUT. Na ocasião, o Vereador Antônio
Losada registrou furto de veículo, na noite de ontem, no estacionamento deste
Legislativo, e solicitou maior segurança no local. A seguir, foi apregoado
Requerimento do Vereador Décio Schauren, solicitando Licença para Tratamento de
Saúde no período de treze de janeiro a dezesseis de fevereiro do corrente,
tendo o Senhor Presidente declarado empossado na titularidade da Comissão
Representativa o Vereador Cyro Martini, após ler Declaração firmada pelo
Vereador Guilherme Barbosa, Líder do PT, comunicando a impossibilidade dos
Vereadores Maria do Rosário e Henrique Fontana em assumir a titularidade em
substituição ao Vereador Décio Schauren. Após, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos quanto à participação dos Vereadores Não-Titulares da Comissão
Representativa nas Reuniões desta, face questionamento formulado pelo Vereador
Guilherme Barbosa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Carlos Nedel teceu
comentários acerca da instalação de um crematório no município de Cachoeirinha
e congratulou-se com a Comunidade do Bairro São José pelas reivindicações que
realiza junto à Prefeitura Municipal de Porto Alegre para a implantação de
crematório no Cemitério São José. Também, referiu-se à suspensão, pela
Prefeitura Municipal, do desconto da taxa de lixo das instituições religiosas,
afirmando que os critérios adotados para o estabelecimento deste encargo
estariam equivocados. O Vereador Cláudio Sebenelo discorreu sobre as
implicações à saúde da população resultantes das grandes variações climáticas
de nosso Estado, propugnando por maiores iniciativas do Poder Público em
amenizar as diferenças sociais e beneficiar a comunidade porto-alegrense, bem
como pela aprovação de projeto de lei de sua autoria, que visa implantar
aparelhos de climatização de ar nas frotas de ônibus de transporte urbano. O
Vereador Isaac Ainhorn saudou a forma como o Senhor Presidente, Vereador Nereu
D'Ávila, vem conduzindo os trabalhos na Casa, destacando a convocação
extraordinária a ocorrer dia vinte de janeiro do corrente, para ciência do
Plenário do contido no Processo nº 3612/98 e do encaminhamento de denúncias
divulgadas pela imprensa, envolvendo Vereadora deste Legislativo. O Vereador
Guilherme Barbosa, reportando-se ao discurso do Vereador Isaac Ainhorn,
manifestou-se favoravelmente à apuração dos fatos denunciados pela imprensa
envolvendo a Vereadora Annamaria Gularte e afirmou que a Presidência da Casa
deverá manter a neutralidade na condução desse assunto. Também, analisou o
estado atual da economia brasileira, declarando que a imprensa não pode faltar
com a verdade quando se pronuncia sobre a crise da economia mundial. A
Vereadora Clênia Maranhão discorreu acerca da sinalização do trânsito em Porto
Alegre, elencando deficiências encontradas pelos motoristas, especialmente os
que transitam pelas avenidas da zona sul da Cidade. Solicitou à Secretaria
Municipal de Trânsito urgência na reparação das placas indicativas de
velocidade não condizentes com as vias em que se localizam, bem como das que se
encontram encobertas por árvores. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador
Nereu D'Ávila referiu-se às denúncias publicadas pela imprensa, envolvendo a
Vereadora Annamaria Gularte, e, reportando-se ao discurso do Vereador Guilherme
Barbosa, afirmou que tais denúncias serão encaminhadas em caráter de urgência,
em respeito à população porto-alegrense, e de forma condizente com o
estabelecido pelo Código de Ética Parlamentar. Após, constatada a existência de
"quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foi aprovado Requerimento do
Vereador José Valdir, solicitando Licença para Tratar de Interesses
Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
titularidade da Comissão Representativa o Vereador João Verle, após ler
Declaração firmada pelo Vereador Guilherme Barbosa, Líder do PT, comunicando a
impossibilidade dos Vereadores João Motta e Renato Guimarães em assumir a
titularidade em substituição ao Vereador José Valdir. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovada a Indicação nº 90/98. Na oportunidade, o Vereador Cyro
Martini, através de Questão de Ordem, manifestou-se acerca da localização da
Rua Santa Maria e seu respectivo Bairro, mencionados na Indicação nº 90/98.
Após, foram aprovados os Requerimentos nºs 166/98 (Processo nº 2134/98 -
Audiência Pública na Fundação Estadual de Proteção Ambiental para discutir
instalação do Distrito Automotivo de Guaíba), de autoria dos Vereadores Gerson
Almeida e Renato Guimarães; 214/98 (Processo nº 3166/98 - Moção de Apoio à
manutenção do Serviço Federal de Processamento de Dados), de autoria do
Vereador Renato Guimarães; 219/98 (Processo nº 3238/98 - Moção de Apoio e
Congratulações pelo primeiro aniversário da TV Câmara, Canal 16 da NET), de
autoria do Vereador Clovis Ilgenfritz. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos, face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Isaac
Ainhorn, Juarez Pinheiro e Cyro Martini, acerca da tramitação regimental
referente aos Votos de Congratulações formulados pelos Senhores Vereadores e
solicitou encaminhamento do assunto à Procuradoria da Casa. A seguir, foram
aprovados os Requerimentos nº 225/98 (Processo nº 3328/98 - Informações acerca
dos moradores da Vila Doutor Juliano Moreira e da Rua Professor Cristiano
Fischer), de autoria do Vereador Adeli Sell; 228/98 (Processo nº 3387/98 -
Moção de Apoio à Senhora Elisabeth Costa, vítima de agressões do Deputado
Estadual Paulo Vidal), de autoria da Comissão de Defesa do Consumidor e
Direitos Humanos. Na oportunidade, o Vereador Juarez Pinheiro formulou
Requerimento verbal solicitando informações sobre o Requerimento nº 189/98, de
autoria do Vereador Cláudio Sebenelo, cuja votação foi considerada nula na
Primeira Reunião Ordinária da Terceira Comissão Representativa, e a
reintegração deste Requerimento à Ordem do Dia, o que foi deferido pelo Senhor
Presidente. Na ocasião, os Vereadores Guilherme Barbosa e Cláudio Sebenelo,
manifestaram-se sobre o assunto, através de Questão de Ordem. Em continuidade,
foram aprovados os Requerimentos nºs 232/98 (Processo nº 3454/98 - Moção de
Apoio à aprovação da Emenda Constitucional 89/98), de autoria do Vereador
Renato Guimarães; 233/98 (Processo nº 3472/98 - Moção de Repúdio à Companhia
Riograndense de Telecomunicações pelas mais de trezentas demissões ocorridas),
de autoria do Vereador Gerson Almeida; 01/99 (Processo nº 04/99 - Realização de
Sessão Solene destinada a homenagear o Dia Internacional da Mulher), de autoria
da Vereadora Clênia Maranhão, após ter sido encaminhado à votação pelos
Vereadores Clênia Maranhão, Cláudio Sebenelo e Antônio Losada; 04/99 (Processo
nº 93/99 - Realização de Sessão Solene destinada a comemorar o Dia das Mães),
de autoria do Vereador João Dib; 05/99 (Processo nº 95/99 - Realização de
Sessão Solene destinada a homenagear a passagem dos noventa anos do Sport Club
Internacional), de autoria do Vereador Fernando Záchia. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Adeli Sell, ao citar denúncias publicadas na imprensa pelo jornalista
Elio Gaspari, teceu críticas ao serviço prestado pela Companhia Telefônica em
nosso Estado, declarando que essa empresa não observa critérios de prioridade e
ordem de inscrição na instalação de linhas telefônicas e efetua cobrança
incorreta de serviços. O Vereador Cláudio Sebenelo discorreu sobre a diminuição
de acidentes de trânsito na "free way" após seu alargamento e
privatização e, reportando-se ao discurso do Vereador Adeli Sell, teceu
comentários sobre os benefícios trazidos pela implantação da telefonia celular.
Também referiu-se ao processo de desenvolvimento do Complexo Comercial e
Habitacional "Projeto Hermes", alertando para as agressões cometidas
contra o meio ambiente elencadas pela Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre. A Vereadora Clênia Maranhão manifestou-se acerca da ilegalidade de
medicamentos falsificados e não registrados, vendidos por farmácias da Capital,
também alertando para os perigos trazidos à saúde pela propaganda enganosa de
produtos legalizados que oferecem riscos à saúde dos cidadãos, citando
especialmente o medicamento "Xenical". Ainda, registrou a chegada da
expedição do "Greenpeace" ao Porto de Rio Grande, no próximo dia
vinte de janeiro do corrente, e a posse do Senhor Avelino Madalozzo na Cruz
Vermelha, ocorrida no dia de ontem. O Vereador Guilherme Barbosa, após saudar a
presença da Senhora Alva Teixeira, reportou-se ao discurso do Vereador Cláudio
Sebenelo, destacando que o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental
permite a ocupação da área em que se localiza o Complexo Comercial e
Habitacional "Projeto Hermes". Referiu-se ao discurso da Vereadora
Clênia Maranhão, alertando para os problemas causados pela ingestão indiscriminada
de medicamentos. Também, teceu comentários sobre os recursos destinados à
manutenção dos veículos e equipamentos do Corpo de Bombeiros em Porto Alegre.
Na ocasião, o Vereador Reginaldo Pujol registrou estar impossibilitado de
pronunciar-se no dia de hoje, face a inexistência de "quorum". Às
doze horas e dezessete minutos, constatada a inexistência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Nereu D'Ávila,
Juarez Pinheiro e Adeli Sell e secretariados pelos Vereadores Adeli Sell e
Guilherme Barbosa, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Adeli
Sell, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Passamos
às Comunicações de Líder.
O
SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr.
Presidente, gostaria de fazer um registro sobre a segurança.
Ontem, quando realizávamos
uma festa no Galpão da Associação, um veículo pertencente ao nosso gabinete foi
roubado. Isso ocorreu entre as 20h e 22h30min. As pessoas que participavam
dessa homenagem, que estava sendo realizada, são de nossa extrema confiança.
Nós vimos circular por volta
das 20 horas duas pessoas no pátio. Naturalmente nós não podíamos intervir
nessa circulação, só que eles não eram nossos convidados.
A esse fato se soma outra
tentativa de assalto sofrida por duas companheiras, nas proximidades da parada.
Os meliantes acompanharam as nossas companheiras até a porta da Câmara.
Essa situação está séria,
está difícil a circulação, aqui, ao anoitecer.
Esses são fatos concretos e
solicito à Mesa da Casa que tome providências para que isso não se repita,
porque são prejudiciais, inclusive, ao prestígio da Casa.
Os fatos já foram
registrados na polícia e, hoje, faremos um memorando comunicando-o à Mesa e à
Segurança da Casa.
O
SR. PRESIDENTE: Acolho
essa informação como procedente e da mais alta gravidade. V. Exa. já
adiantou-se ao que eu iria solicitar, que é um relatório dos fatos, inclusive,
em que posição estava o automóvel roubado, porque estão na etapa de conclusão
do cercamento da Casa e, se foi dentro do nosso perímetro, realmente, é
perturbador.
O
SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr.
Presidente, o automóvel estava junto ao Galpão, colado à parede do Galpão. Nós
só não o colocamos no pátio interno, porque ali não é permitido estacionar. Mas
estava junto ao Galpão, na parte interna da cerca.
O
SR. PRESIDENTE: É,
efetivamente, preocupante. Nós recolheremos, no que V. Exa. relatar os fatos
por escrito, para que tomemos as providências. De imediato falaremos com a
Diretoria respectiva e veremos quem, afinal, é responsável pela segurança
externa da Casa à noite. A partir de agora, tendo um perímetro delimitado pela
cerca, não há desculpas. Ainda consideramos o fato de que não está sendo feita,
como será no futuro, a identificação de todas as pessoas que adentrarem no
perímetro da jurisdição da Câmara Municipal. Lamento essa situação e foi muito
bom que V. Exa. tenha feito esse registro. Eu o levarei, amanhã, para a reunião
da Mesa.
O Ver. Décio Schauren
solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 13.01 a 16.02.99.
(Obs.: Foi aprovado o Requerimento
de licença do Ver. Décio Schauren e dada posse ao Suplente, conforme consta da
Ata.)
O Ver. João Carlos Nedel
está com a palavra em Comunicação de Líder, pela Bancada do PPB.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente, eu gostaria de consultar V. Exa. se o Vereador Nedel já assumiu
como titular na Comissão Representativa.
O
SR. PRESIDENTE: A
Diretoria Legislativa informa que ele está na suplência, mas assumindo ele pode
falar em nome da Liderança da sua Bancada.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Então
já houve a licença do Vereador João Dib e a posse, na Comissão Representativa,
do Vereador João Carlos Nedel?
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
João Carlos Nedel não está assumindo, formalmente, no lugar de um titular, mas
como não há outro Vereador da sua Bancada, presente, e ele sendo Vereador da
Casa e na suplência da Comissão Representativa, pela natureza do Regimento, ele
pode assumir a responsabilidade de falar em nome da Bancada o PPB.
Com a palavra o Ver. João
Carlos Nedel em Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, venho à tribuna para comentar duas notícias: uma
positiva e a outra, segundo o meu ponto de vista, negativa.
Vou começar falando da
positiva. Li, ontem, na “Zero Hora” que o Município de Cachoeirinha terá o seu
crematório. Então, Cachoeirinha terá o seu crematório, São Leopoldo já tem o
seu há mais de ano e Porto Alegre ainda não tem ainda não tem. Essa é a notícia
boa. Gostaria de congratular-me com a comunidade São José, que solicitou à
Prefeitura a instalação de um crematório no Cemitério São José, o qual já
administra. É um serviço prestado à população que está solicitando já há muito
tempo esse serviço importante e moderno para Porto Alegre. A comunidade São
José, que administra o Cemitério São José em Porto Alegre, é uma entidade
católica com mais de um século de existência e com uma bem construída história
de bons serviços à comunidade desta Capital. Considero oportuna e digna de
aplausos essa decisão, não só por sua intenção de construir o crematório, mas,
especialmente, por se colocar mais uma vez ao lado da população ao buscar
prestar-lhe um serviço que, no meu entendimento, está se impondo como uma
necessidade a ser satisfeita há muito tempo em Porto Alegre. Provavelmente,
todos os Srs. Vereadores sabem que existe uma Lei Municipal desde 1967, há 31
anos, em vigor em Porto Alegre, mas, pelas mais variadas razões, que vão desde
o desconhecimento do assunto até o desinteresse da municipalidade, o crematório
até hoje não foi construído em Porto Alegre. Eu gostaria de apresentar os
cumprimentos e os parabéns à comunidade São José pela brilhante iniciativa de
apresentar à população de Porto Alegre mais esse serviço à comunidade.
A segunda notícia que,
segundo o meu entendimento, é extremamente negativa é para comunicar aos Srs.
Vereadores que o Prefeito Raul Pont recorreu à Justiça para suspender a
vigência da Emenda do ilustre Vereador-Presidente desta Casa, Sr. Nereu D´Ávila
que concedia um desconto de 30% na taxa de lixo para os templos religiosos. O Prefeito
recorreu à Justiça para justamente chancelar uma injustiça. Apresentou uma
Emenda, da qual todos se recordam, tentando ajustar a Lei da Taxa de Lixo, que
em Porto Alegre é estabelecida por três parâmetros: primeiro, a localização do
imóvel; segundo, o objetivo do imóvel; e em terceiro o tamanho do imóvel.
Vejam, Senhores e Senhoras, nenhuma diz respeito à efetiva prestação de serviço
do recolhimento de lixo, todas relativas aos imóveis. É uma cobrança de novo
IPTU e não da Taxa de Lixo. A Emenda de minha autoria foi rejeitada pelo
Plenário com a alegação de que seria muito difícil implantá-la. No entanto, o
Ver. Nereu D’Ávila apresentou uma Emenda concedendo um desconto de 50% aos
templos religiosos e o nobre Ver. Gerson Almeida nos procurou dizendo que o
Prefeito informava que 50% era uma taxa muito elevada e que assim ele vetaria a
matéria, mas que se a emenda fosse reduzida para 30% o Prefeito sancionaria e
cumpriria a Emenda. Isso foi feito, reduzido para 30% e foi aprovado por este
Plenário. Mas, mesmo com o acordo das Bancadas com a Bancada do Partido dos
Trabalhadores, o Prefeito não cumpriu o acordo e, contatado com seus
assessores, por meu intermédio, o Prefeito informava que não fez acordo. Que
não concedeu permissão ao Ver. Gerson Almeida para fazer esse acordo aqui nesta
Câmara. Aí preocupa-me quem faltou com a palavra! Quem faltou com a verdade, o
Ver. Gerson Almeida, então Líder da Bancada ou o Prefeito Raul Pont? A matéria
foi discutida, o Veto foi rejeitado nesta Câmara e a Vera. Maria do Rosário,
nova Líder, não acatou o acordo feito por seu antecessor, Líder da Bancada, ou
seja, o acordo foi fundamentado numa inverdade, o que é extremamente
lamentável.
Preocupa-me, Srs.
Vereadores, que a taxa de lixo, da forma como é cobrada das empresas e das
entidades jurídicas, traduz-se numa grande injustiça que o ilustre Ver. Nereu
D’Ávila se preocupou em corrigir. O Prefeito não foi sensível para com esta
comunidade, para com essas entidades religiosas que tão grande serviço prestam
à comunidade. Só nos resta lamentar isso. Acho que o Prefeito não entendeu, ou
colocou em prática o seu ateísmo ao vetar essa emenda tão importante para nossa
Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, parece mentira que nestes magníficos dias de verão
- como dádiva da natureza, nós temos tido essa temperatura agradável em pleno
verão - às vezes com algumas zonas no Estado com seca, onde é benéfica para
algumas colheitas, como da vindima, e, para outras, a seca, especialmente para
a agropecuária, tem repercussão mais forte.
Mas queria falar sobre
clima, este clima que, aqui em Porto Alegre, atinge, muitas vezes, em quase em
todos os invernos, temperaturas próximas a zero grau e no verão, muitas vezes,
36 ou 37 graus com ocorrência até de 42 graus, dependendo do nosso ciclo
climático e também pela proximidade que nós temos do Pólo Sul e, especialmente,
de algumas influências como foi o “El niño” no ano passado e com alterações da
camada de ozônio.
Existem cidades no Brasil,
como Belo Horizonte, que o equilíbrio do clima é tamanho que as variações de
temperatura têm em média 23 graus, isto é, a temperatura máxima é de 27 graus e
a mínima de 20 graus. Por isso não há necessidade de uma artificialização do
clima e os aparelhos de ar condicionado não têm mercado em cidades de clima
estável. Mas no Rio Grande do Sul, especialmente em Porto Alegre, sofremos
variações tamanhas de clima que é necessário, no inverno, com a cultura do
frio, nos protegermos mais da intempérie, que é tão genocida quanto a seca do
nordeste, que mata e cria problemas de ordem pulmonar e circulatório, de todas
as formas, aumentando a incidência de mortes, especialmente em crianças e
idosos. E o verão, na outra extremidade do termômetro, nos causa problemas,
especialmente, nas populações mais pobres.
E, aí, eu penso no
transporte coletivo, e, por isso, estou apresentando um Projeto de Lei que
obriga a que os ônibus novos, que vão sendo incorporados à frota em
substituição aos antigos, tenham um dispositivo de climatização que resolva
essa situação. Se as pessoas que usam transporte individual têm direito, e pela
rotinização e pela estandartização do ar condicionado podem usar os seus carros
com o seu interior climatizado, por que não as pessoas que usam o transporte
coletivo? É um conforto que tem que ser estendido a toda a população e que
custa, hoje, um preço quase ínfimo em relação ao preço total do ônibus, um
percentual muito pequeno que não repercutiria nas passagens. É um conforto que
repara um pouco a desigualdade social, ao menos enquanto as pessoas estão sendo
transportadas em transporte coletivo, que pode ser melhor, que pode ser mais
confortável, incorporando tecnologias que dêem conforto às pessoas.
Parece-me fundamental que
pessoas que usam o transporte coletivo, especialmente as da periferia da
Cidade, onde as condições climáticas são mais fortes, tanto no frio como no
calor, tenham compensação viajando de forma mais confortável: mais aquecida no
inverno e mais amena no verão. As pessoas, muito próximas umas das outras
dentro de um ônibus, desprendem calorias fazendo com que a temperatura dentro
do ônibus seja, muitas vezes, insuportável.
Essa parece-me uma atitude
de humanização do transporte. Tendo-se a tecnologia à disposição e sendo o seu
uso corriqueiro e sendo uma forma de barateá-la, por que não incorporá-la e
colocar no ônibus um dispositivo voltado para o conforto das pessoas, que seja,
em vez de facultativo, obrigatório?
Essa é a minha intenção com
esse Projeto de Lei: dar mais conforto à população, especialmente no momento em
que o transporte coletivo passa a ter grande importância, em que o transporte
coletivo tem que melhorar em Porto Alegre. E a sua importância está ligada
especialmente ao descongestionamento do trânsito e, principalmente, a
diminuição do número de acidentes. O conforto nos ônibus é uma das metas do
nosso Partido neste início de ano. Por isso, vou apresentar esse Projeto de
Lei.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicação de Líder.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Queremos, antes de mais nada, registrar, da
tribuna, o trabalho de V. Exa. à testa da Presidência desta Casa, nos primeiros
dias do ano que, embora num período de recesso, de verão porto-alegrense, tem
pautado a sua atuação pela agilidade na condução dos trabalhos desta Casa. Faço
esse registro despido da condição de companheiro partidário, mas como um membro
deste Parlamento e o faço também na condição de uma pessoa com uma experiência
de doze anos no exercício do mandato de Vereador, e digo isso em função de um
caso que estamos enfrentando nesta Casa, e que envolve Vereador desta Casa, V.
Exa. tem procurado conduzir o processo da forma mais ágil, mais dinâmica no
sentido, não só, de dar uma satisfação à opinião pública, mas de obedecer, à
risca, todos os prazos processuais em relação a essa matéria. Fazemos essa
manifestação pela estranheza do registro do eminente Líder da Bancada Petista,
que, no dia de ontem, pela imprensa, fez uma crítica à maneira do Ver. Nereu
D’Ávila conduzir a questão que envolve Vereador desta Casa. Quero dizer a V.
Exa. e aos Vereadores desta Casa, que por orientação, já por uma iniciativa de
V. Exa. e por posição da própria Mesa, V. Exa. tem procurado, em conjunto com
as lideranças, conduzir da forma mais equilibrada a questão. E na condição de
magistrado digo que, embora no recesso parlamentar, tomei conhecimento de que
V. Exa., na semana que vem, para não procrastinar, para não prejudicar a
tramitação regular, convoca extraordinariamente esta Casa para a constituição
da Comissão de Ética, o que só pode ser feito no período normal de
funcionamento da Casa. E, neste momento, apesar de esta Casa funcionar sob a
estrutura da Comissão Representativa, que representa a Câmara Municipal na
Cidade de forma legal, jurídica e regimentalmente, V. Exa., para não deixar
qualquer dúvida, sobretudo do ponto de vista das questões de natureza
processual que possam causar qualquer nulidade, já comunicou publicamente a
disposição de convocação extraordinária a Casa para dar andamento ao Projeto.
Ontem, mesmo, V. Exa. já
tomou algumas medidas com relação à tramitação normal do processo, convocando a
Casa extraordinariamente para medidas urgentes e necessárias, em relação ao
entendimento de V. Exa., no sentido de dar uma condição ágil e uma explicação à
opinião pública porto-alegrense e rio-grandense dentro do perfil, da história e
tradição desta Casa, que há mais de duzentos anos de existência representa o
povo da Cidade de Porto Alegre.
Por isso estranhei as
manifestações do eminente Vereador, Líder da Bancada do PT, Guilherme Barbosa,
razão pela qual fiz da tribuna desta Casa este registro para saudar V. Exa., na
condução desse processo, que tem se posicionado com a estrutura de um
magistrado e com a responsabilidade maior pela investidura da Presidência,
ultimando todos os procedimentos processuais que se fazem necessários,
inclusive convocando a Câmara extraordinariamente para a semana seguinte, sem
perder, com certeza, o seu perfil de um homem dotado de coração, invocando aqui
a expressão de Ernesto Che Guevara: “Há que endurecer sem perder a ternura”.
Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Guilherme Barbosa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Desde o primeiro momento em que o assunto
envolvendo a Vera. Annamaria Gularte veio a público, estive nesta tribuna
dizendo que, de parte da nossa Bancada, nós queríamos a apuração de todos os
fatos, o aprofundamento das investigações, sem, no entanto, haver nem
condenação nem absolvição prévia da Vereadora. Portanto, com calma, de acordo
com o Regimento, esta tem sido a posição que a nossa Bancada tem expressado nas
reuniões da Mesa com as Lideranças. Estamos de acordo com todo procedimento que
a Mesa Diretora tem tomado, tanto ainda sob a Presidência do Ver. Luiz Braz,
quanto, agora, na Presidência do Ver. Nereu D’Ávila. Nós estamos, inclusive,
contribuindo com isto, opinando, sugerindo, discutindo, juntos, neste processo.
Surpreendeu-me, sim, quando, na sexta-feira, o jornal “Correio do Povo” - e
acho que constava o mesmo texto no jornal “Zero Hora” - o nosso Presidente
Nereu D’Ávila opina sobre o mérito da questão. O jornal “Correio do Povo”, na
coluna do Armando Burd, publicou o seguinte: “O Presidente da Câmara Municipal,
Ver. Nereu D’Ávila, disse que, enquanto colega e pessoa, acredita na Vera.
Annamaria Gularte: ‘Creio que ela foi vítima de fritura.’” Portanto, é uma
declaração que absolve a Vereadora. O nosso Presidente é quem vai conduzir o
processo, portanto, não pode tomar partido, nem pela absolvição, nem pela
condenação antes que aprofundemos a investigação. Isso é o que queremos. A
nossa nota, produzida no meu gabinete, e que enviamos para a imprensa na
sexta-feira à tarde - surpreendentemente, nenhum jornal recebeu, nenhuma
redação recebeu, queremos até descobrir o que aconteceu - era para dizer
exatamente isso: da nossa surpresa com relação a essas declarações. O
Presidente vai conduzir o processo, o Presidente, querendo ou não, emitiu um
juízo de valor sobre a questão. Queremos e voltamos a dizer: estamos de acordo
com o processo que a Mesa, junto com as Lideranças, tem levado adiante. Está,
rigorosamente, de acordo com o Regimento e, portanto, está bem. Não podemos,
nenhum de nós, manifestar o juízo direto antes de conhecer todos os dados, a
defesa da Vereadora e assim por diante, muito menos, evidentemente, o
Vereador-Presidente que irá conduzir o processo até o final.
Por outro lado, quero
aproveitar a Comunicação de Líder e dizer que o País tem acompanhado uma
discussão fortíssima, que, ontem, acabou tendo um momento de muito impacto na
vida econômica e política do País quando, em um dia só, saiu do País um bilhão
de dólares. Vínhamos acompanhando uma forçação de barra na imprensa e a versão
do Governo dizendo que isso era apenas resultado da moratória que o Governador
Itamar Franco resolveu estabelecer no Governo de Minas. Os jornalistas mais
sérios já começam a negar essa versão, na verdade, é a situação econômica do
País que vinha se deteriorando gradativamente. Ontem, escutava o Jornalista
Luiz Nassif, na “TV Bandeirantes”. Hoje, há uma manifestação do ex-Presidente
da FEE, que há várias semanas já vinha fazendo esse comentário, no sentido de
que, na verdade, a moratória foi uma gota a mais nesse jarro que já estava para
transbordar. A conseqüência disso, a situação da relação entre o real e o dólar
forçada, falsa, uma taxa de juro escorchante. A conseqüência é o crescimento
cada vez maior do desemprego no nosso país, a quebradeira das empresas e assim
por diante.
Chega de criar versões
falsas. Agora começa, de fato, a verdade a ser colocada para toda a população
brasileira. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: A Vera.
Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo PMDB.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, venho à tribuna para falar sobre um problema que é
sentido por grande parte dos motoristas da nossa Cidade. É a questão da
sinalização. E quero tratar, especificamente, sobre as deficiências das
sinalizações de acesso à Zona Sul da nossa Capital.
Todos sabemos que as
sinalizações estão precisando de adequação, de uma revisão urgente. Podemos
afirmar isso porque são inúmeros os exemplos que existem em Porto Alegre de a
sinalização atrapalhar mais do que ajudar os motoristas.
Há placas de regulamentação
de velocidade que não estão compatíveis com o tipo de via e, se respeitadas,
acabam provocando congestionamento no local, como é o caso da I Perimetral,
próximo aqui da Câmara, do Gasômetro, onde há uma placa de 50 km/h, que não
deveria ser assim determinada.
A conseqüência disso é a
transgressão, por parte dos motoristas, e, evidentemente, um alto número de
multas, muitas vezes, injustificadas.
No caso do principal acesso,
da principal rota para a Zona Sul de Porto Alegre, observa-se uma enorme confusão.
Na sinalização da Av. Pe. Cacique, após a confluência com a Av. Edvaldo Pereira
Paiva - que é uma reta -, há uma placa indicando a velocidade permitida de
quarenta quilômetros por hora. Entre sessenta e cem metros depois há uma curva,
perto do estaleiro, onde temos duas placas com a limitação de velocidade de
cinqüenta quilômetros. É inexplicável essa contradição!
Se seguirmos pela mesma rota
teremos uma curva onde há duas placas iguais, uma de cada lado, com o pretexto
de dar maior informação. Não há tempo de o motorista ler aquelas placas, sem
contar que uma delas está coberta por galhos de árvores. Aliás, não é incomum
nesta Cidade as placas encobertas por galhos de árvores, mesmo as com
sinalizações importantes. É o que se observa, por exemplo, na Av. Eudoro
Berlink, uma questão que já foi trazida por outros Vereadores a esta tribuna. A
Prefeitura tem que tomar medidas: ou a SMAM faz o saneamento necessário nas
árvores, ou terá que haver uma modificação dos locais dessas placas.
Voltando à questão da Zona
Sul, de onde vários moradores têm trazido essa questão, reclamado dessa
dificuldade, seguindo pelo roteiro da Av. Diário de Notícias, por exemplo, se
tomarmos a Av. Chuí é necessário fazermos o cruzamento do semáforo, onde
descobrimos que há uma manobra que é quase um “S”, e no fim não atingimos todo
o canteiro que cobre parcialmente o Arroio da Sanga da Morte. Há uma enorme
confusão para o motorista que não conhece aquela via de acesso. Isso pode ser
extremamente complicado para quem não conhece a área ou para quem faz o
percurso à noite. Sabemos que há outras obras da instalação do “Shopping
Cristal”, mas hoje, da forma como está, o acesso àquelas avenidas não oferece
segurança aos motoristas.
Concluindo, Sr. Presidente,
trago fotos feitas naquele local que demonstram que a primeira placa indica a
velocidade de quarenta quilômetros, logo depois há um estreitamento da pista
conforme placa indicativa. Após a placa que fala do estreitamento da pista,
indica-se que a velocidade deve ser de 50km/h, na área do estreitamento. Aqui
tenho fotos que mostram que as placas estão completamente obstruídas. Mostra,
por último, a dificuldade do motorista que tem que fazer o retorno para o
centro ou para a Zona Sul da Cidade em completa insegurança, principalmente, no
horário da noite. Muito obrigada.
(Não revisto
pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE: Solicito
ao Ver. Juarez Pinheiro que assuma a Presidência dos trabalhos para que eu
possa fazer uma comunicação de Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O
Ver. Nereu D’Ávila fala em Comunicação de Presidente.
O
SR. NEREU D’ÁVILA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, nesta minha primeira manifestação como Presidente
da Casa em tempo de Comunicação de Presidente o faço para comunicar e relatar
assunto da mais alta importância para esta Instituição. Quero me reportar a
essa situação criada por acusações veiculadas pela imprensa sobre uma Vereadora
desta Casa. Antes de mais nada, desejo responder ao nobre Líder do PT, Ver.
Guilherme Barbosa, que este Vereador não fez e não fará, em nenhum momento,
nenhuma tomada de posição, até porque, advogado que sou, e no exercício da
Presidência, sei que devo me comportar com a postura de um magistrado, ainda
mais num caso de tanta responsabilidade como este que está acontecendo.
A frase que V. Exa. leu no
“Correio do Povo” realmente a pronunciei, e a repito. Enquanto pessoa e colega
a Vera. Annamaria Gularte foi vítima de “fritura”, ou vítima de armação. Isso
não é nenhuma novidade, porque instalou-se uma câmera, aqui nas dependências da
Casa, sem o gabinete da Vereadora saber, e foi filmada uma cena que todos
viram. Então, houve uma armação, houve uma “fritura”. Agora, se essa armação,
se essa “fritura” vai ser comprovada pela Vereadora que foi inócua, porque não
será prova, não se chegará à prova, ou se através da gravação, através de
pretensas provas que se anexarão ao processo, forem consideradas provas e,
ainda, se houver o condicionamento de instrução probatória, é uma questão que
ficou em aberto e ficará em aberto para que as peças do processo, com ampla
defesa assegurada à nobre Vereadora, se desenvolva ou com uma comissão de ética
ou não. Então, eu disse aquilo que é óbvio. A Vereadora veio ao meu gabinete
repetir que ela foi vítima. Não precisava ter disso isso, todo mundo viu que
foi, como o foi o Deputado Valdir Fraga: não fosse o Sr. Divino preparar
câmeras, levar a Bento Gonçalves, fazer gravações, não existiria nada. Então, o
Deputado também foi vítima de “fritura”, de armação, no caso foi o Sr. Divino.
Aqui não interessa quem, pois não vem ao caso, mas foi. Só fiz comentário a
respeito do óbvio e, no entendimento do Ver. Guilherme, lamento que ele tenha
publicizado isso, porque já me traz uma certa suspeita que, pelo amor de Deus,
quem me conhece sabe da minha lisura quando assumo um cargo. Eu lamento, porque
isso aí é o óbvio, isso não é defender Vereadora, pois não me compete, e também
não é acusar, não me compete. Isso é o óbvio, foi vítima de “fritura”, e isso
não é defesa.
Relato à Casa, neste tempo
de Presidência. Será observada a Resolução que se chama Código de Ética
Parlamentar, em ótimo momento votado nesta Casa, por iniciativa do Ver. João
Verle, em Legislatura anterior, e que vai ser a bússola do processo da Nobre
Vereadora. Ontem, foi exercido o primeiro ato processual do Código de Ética, de
acordo com o seu artigo 13, que diz: “ O Presidente da Casa apresentará ao
Plenário a denúncia formulada contra vereador, no prazo de cinco dias, sendo
ouvido o acusado, também no prazo de cinco dias”. Então, esse é o primeiro ato
do Código de Ética. Então, ela foi notificada ontem, estão correndo cinco dias
em que ela pode manifestar preliminarmente a sua defesa, porque depois o Código
de Ética prevê, mais tarde, ampla defesa ainda a ela, com apresentação de rol
de testemunhas e diligência, se ela ou seu advogado assim o entender. Esse
prazo que está correndo é preliminar e aí o Presidente tem que apresentar ao
Plenário, e o verbo é cognitivo, é cogente. Eu o faço em respeito à opinião
pública, a quem nós devemos, sim, transparência, e com absoluta tranqüilidade
digo que eu poderia, sim, esperar que o Plenário se reunisse no dia 17 de
fevereiro, porque dia 16 é terça-feira de carnaval, para apresentar a denúncia
ao Plenário, mas em respeito à opinião pública eu não o farei assim, farei após
ter terminado o primeiro prazo da Vereadora, que está correndo a partir de
hoje, em cinco dias, e termina no domingo. No terceiro dia do prazo do
Presidente, reuniremos a Câmara, na quarta-feira que vem, no dia 20, às 10
horas, para que eu faça a apresentação formal da denúncia a este Plenário,
convocado extraordinariamente na plenitude dos trabalhos da Casa. Após, será
escolhido um relator, que fará, preliminarmente, considerações a respeito da
notificação primeira, e um novo prazo à Vereadora para manifestar ampla defesa,
se assim o desejar, com rol de testemunhas, diligência, também com prazo de
cinco dias. Aí, sim, novamente o relator chegará no momento de ele, colhendo as
provas apresentadas, observando a defesa, amplamente apresentada pela
Vereadora, tomar uma posição e informar à Mesa qual inciso do artigo 6º será
enquadrada a gravidade ou não na situação. Se o inciso I, que diz Advertência
Pública, por escrito, ou inciso II, que diz Advertência Pública, por escrito,
com comunicação ao Partido ao qual pertence o Vereador e com destituição de
função que o Vereador exerce na Mesa Diretora ou Comissão Permanente, ou inciso
III, que é a suspensão por 60 dias, ou finalmente o inciso IV, que é a perda do
Mandato. O Código de Ética diz que os incisos I e II serão frutos de decisão
isolada dos incisos 3º e 4º, se o Relator optar pelo inciso 1º e 2º, do Artigo
6º, que é a advertência pública por escrito, formulará à Mesa um Projeto de
Resolução para o Plenário decidir. Se o Relator optar pelo inciso 3º ou 4º
também haverá um Projeto de Resolução apresentado ao Plenário pela Mesa, mas
apenas para o Plenário decidir sobre o inciso 3º e 4º, tratando-se da suspensão
por 60 dias ou perda do mandato. Um ou outro Projeto de Resolução chegará a
este Plenário no tempo oportuno. Registro que não será perdido nenhum prazo,
que após a apresentação oficial deste Presidente, no dia 20, em convocação
extraordinária a este Plenário, a Mesa reunir-se-á possivelmente no dia 21 para
escolher o Relator entre os seus membros e então prolatar os atos que eu acabo
de elencar. Fiz os cálculos dos prazos, que no Código de Ética são todos de
cinco dias para todas esses procedimentos, portanto o Código de Ética não
titubeia em ser célere, pois todos os prazos são de cinco dias e, se este
Plenário optar por decisão, por exemplo, pela Comissão de Ética, esta terá um
prazo de até 40 dias para se manifestar. O Código de Ética não refere realmente
quantos seriam os componentes da Comissão de Ética. A Procuradoria da Casa e o
bom senso indicam que, no mínimo, serão 11 Vereadores, onde estarão asseguradas
as presenças proporcionais de todas as Bancadas da Casa, mas esta é uma questão
a ser resolvida posteriormente. Eu só estou dando ampla divulgação do Código de
Ética, ampla prestação de Contas à opinião pública, porque esta Casa é um poder
aberto, transparente, absolutamente democrático. Situações dessa natureza,
embora constrangedoras, não inibirão esta Casa de agir em consonância a sua
lei, que é o Código de Ética, mas também assegurando ampla defesa, como não
poderia deixar de ser, à acusada. Deste modo, repito aquilo que seria
absolutamente despiciendo repetir: este Presidente de posse do múnus
Presidencial que não é uma questão uma questão de nominal, ou seja, do nome do
Presidente ou do eventual Presidente que neste momento exerce, mas em respeito
ao múnus Presidencial desta Casa, dos seus duzentos e vinte e cinco anos da sua
probidade, da sua transparência, do seu proceder sempre retilíneo, este
Presidente não poderia agir de outra maneira que não estivesse à altura das
tradições constituídas ao longo desses duzentos e vinte e cinco anos da Casa.
Se neste primeiro momento
houve, então, esse equívoco, este Presidente até penitenciasse por esse
equívoco, mas faz questão, ainda, de dizer aquilo que não haveria necessidade
de ser repetido, que nos conduziremos absolutamente isentos de opinião de
mérito a respeito desse processo e ele será desenvolvido nos termos da Lei. A
Lei é feita para ter fulgência, ou seja a obrigatoriedade de ser cumprida,
respeitada e final e rigidamente cumprida. É o que será feito. Muito obrigado,
Senhoras e Senhores Vereadores.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
José Valdir solicita licença para tratamento de assuntos particulares no dia de
hoje.
(Obs.: Foi aprovado o
Requerimento de licença do Ver. José Valdir e dada posse ao Suplente, conforme
consta da Ata.)
Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC.
3063/98 – INDICAÇÃO Nº 090/98, de
autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que sugere ao Senhor Governador do
Estado, através da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a
substituição de um poste de madeira por outro de concreto, da rede elétrica, na
Rua Santa Maria, em frente ao nº 229, no Bairro Partenon.
- da 2ª Comissão Representativa. Relator
Ver. João Dib: pela provação.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão a Indicação nº 090/98, Processo 3063/98, de autoria do Ver. Carlos
Alberto Garcia.
O
SR. CYRO MARTINI (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, sempre fico preocupado com relação à localização dos diversos
logradouros e das diversas ruas de Porto Alegre, porque vejo de modo
sistemático a colocação de ruas, do Grande Partenon, fora do bairro oficial,
como é o caso da rua Santa Maria que está localizada, oficialmente, no bairro
São José.
Por isso, eu acho que,
talvez, se devesse, não sei como, dentro da Casa, localizar melhor essas ruas e
evitar alguns, como já ocorreu no passado, problemas sérios de até de
deslocamento do bairro inteiro para outra área, como é o caso do Partenon que
acabou se deslocando para outros lugares que não é originalmente o Partenon.
Portanto, rua Santa Maria é bairro São José.
O
SR. PRESIDENTE: Agradeço
ao Vereador e aceitamos a sugestão de V. Exa. que é morador de lá há muitos
anos, e representa a região; conhece-a, inclusive, profundamente.
Não havendo Vereadores que
queiram discutir está encerrada a discussão. Em votação a Indicação nº 09/98,
Proc. 3063/98, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Apregoamos o Requerimento nº
219/98, de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz: Moção de Apoio e Congratulações
pelo primeiro aniversário da TV Câmara, Canal 16 da NET.
O
SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, eu estou interessado no restabelecimento do Voto de Congratulações nesta Casa, porque há situações como
essa que acaba de ser lida, extremamente importantes. Vejo que V. Exa. aceitou
esse Voto de Congratulações, portanto, obviamente, está liberado a todos os
Vereadores a apresentação de Voto de Congratulações. Eu gostaria de subscrever,
regimentalmente, esse de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz.
O
SR. PRESIDENTE: Vereador,
V. Exa. levanta, com procedência, a Questão de Ordem, mas nós estamos em
Comissão Representativa, e, na Comissão Representativa, os requerimentos têm
trânsito. Mas eu ainda não posso ampliar, substituindo a letra do Regimento que
ainda não é expressa. Procederei da seguinte maneira: como foi aberta esta
Sessão, durante a Sessão Representativa, consideraremos. Depois, a Mesa tomará
uma decisão, se for favorável, encaminhará à alteração regimental. Sem
alteração regimental eu não posso, motu
próprio, estabelecer parâmetros para a Casa. Obrigado a V. Exa.
O
SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem):
No período da Comissão Representativa valerá?
O
SR. PRESIDENTE: Se os
demais Vereadores do Plenário não impugnarem, eu não tenho nada contra.
O
SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem):
Perfeitamente. Isso me lembra muito o então interventor deste Estado, General
Flores da Cunha. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE: Não
quer, V. Exa., chamar-me de interventor não é, Vereador? Em todo caso, como a
situação é atípica, gostaria da opinião dos Vereadores para esta decisão.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Então, V. Exa. vai avaliar o Requerimento do Ver. Isaac
Ainhorn?
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Isaac Ainhorn, tendo em vista que consta aqui o termo “congratulações”, mas, na
verdade, é uma Moção de Apoio e de Congratulações, ele declarou-se favorável às
congratulações. E eu respondi que no período de recesso, a Comissão
Representativa tem poderes restritos, entre eles, a votação também de
Requerimentos. Manifestei que se não houvesse posição em contrário, eu não me
oporia. Essa não é uma decisão unilateral. Se V. Exa. entender o contrário,
podemos levar a discussão para o foro competente.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Este Vereador, inicialmente, não tem um juízo de mérito
sobre essa questão levantada. Mas seria interessante, porque era uma prática
que já vinha sendo adotada por Vereadores de outras legislaturas, que esse fato
fosse avaliado de uma forma mais ampla. Nesse sentido não estou me manifestando
nem contra, nem a favor, mas quando se muda um critério, mereceria uma análise
mais perfunctória. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE: Acolho a
preocupação de V. Exa. e tomarei a seguinte decisão. Solicito a Diretora
Legislativa que encaminhe à Procuradoria, para termos uma palavra mais segura.
O parágrafo 7º do artigo 94 refere que os Votos de Congratulações nãos serão
submetidos ao Plenário, ficando seu encaminhamento sob a responsabilidade do
autor, através de seu gabinete. Essa é uma Moção de Apoio. Como moções de apoio
podem, o Vereador apenas nominou. De qualquer forma, vamo-nos informar com a
Procuradoria e teremos uma decisão final.
O
SR. CYRO MARTINI (Questão de Ordem):
Se quisermos que a Moção tenha o adjetivo de solidariedade, nós vamos suprimir
outras expressões que podem traduzir a mesma finalidade. Uma Moção de
Congratulações e Apoio, por óbvio, é uma Moção de Solidariedade. A finalidade é
que vai determinar a natureza do Requerimento e não a palavra empregada. Eu fiz
uma Moção no sentido de congratulações e apoio que, na verdade, é de
solidariedade. Senão vamos ficar na exigência do que está escrito na Lei. Por
exemplo, se na Lei está escrito “dobrar”, a palavra “virar” não vale. Isso me
lembra muito os exames de habilitação de condutores.
O
SR. PRESIDENTE: De
qualquer modo, essa matéria, a meu juízo, não precisaria ser votada. Mas agora,
já que foi apregoada, coloco-a em votação.
Em votação o Requerimento nº
219/98.(Pausa). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa).APROVADO.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Havia um Requerimento sobre uma Moção de Repúdio ao Sr.
Prefeito Municipal, nº 189/98, que o encaminhamento, inclusive, tinha sido
iniciado na Sessão anterior. Verifico, agora, que este Requerimento não voltou
à Ordem do Dia. Solicito a V. Exa. que seja informado qual o motivo.
O
SR. PRESIDENTE: Qual o
Requerimento?
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: É o
Requerimento formulado pelo Ver. Cláudio Sebenelo, solicitando uma Moção de
Repúdio ao Prefeito da cidade, por algumas declarações. Este Requerimento
chegou a ser encaminhado, inclusive foi colocado em votação, mas houve falta de
quórum e, hoje, ele não voltou para a Ordem do Dia.
O
SR. PRESIDENTE: Informo
que foi encaminhado para o Vereador, autor do Requerimento, para suplementação.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Ele,
inclusive, já foi apreciado e eu tenho entendimento preliminar que não tem mais
como complementar, porque já foi à votação.
O
SR. PRESIDENTE: Então, o
que V. Exa. está requerendo?
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Eu
requeiro a informação, porque estava na Ordem do Dia e, por ordem numérica, ele
deveria ser apreciado novamente e não o foi. Então, a primeira informação que
eu requeiro é por que ele não voltou à Ordem do Dia. A segunda questão é que, a
partir do momento em que ele foi colocado em votação, mas não houve quórum, me
parece que não pode ser acrescido mais nenhum documento a este expediente.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): O processo é considerado não-votado, no momento em que não
havia quórum. Como não havia quórum, ficou estabelecido, inclusive pelo
Plenário, que seriam juntadas ao processo uma série de informações que foram
pedidas pelo Plenário. Então, com a aprovação do Plenário, o processo ficou de
voltar para o Vereador que emitiu o pedido e eu devo recebê-lo, agora, por
estes dias; não chegou ainda no gabinete ou, se chegou, não tenho conhecimento.
Imediatamente vou providenciar. Este foi o acordo que se fez na última reunião.
O
SR. PRESIDENTE: Vamos
deixar clara a situação: primeiro, o Requerimento não foi votado por falta de
quórum. Então, ele inexiste como votado. Foi tirado. Segundo, o Requerimento
não foi votado, e o Vereador, autor da matéria, pretende suplementá-lo. É um
direito dele retirá-lo ou ser encaminhado ao seu gabinete, como foi, e ele
refaz o requerimento como desejar, porque já não pertence mais à Mesa.
Terceiro, então, não teve eficácia, porque não foi votado.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na verdade, o Requerimento foi à votação,
mas não foi considerado votado, porque não houve quórum. Foi retirado o
Requerimento?
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Cláudio Sebenelo não retirou o Requerimento. Segundo ele, foram solicitadas,
por alguns Vereadores, informações suplementares. O Requerimento foi
encaminhado ao gabinete do Ver. Cláudio Sebenelo para essa suplementação. V.
Exa. diz que o Requerimento foi colocado em votação. V. Exa. sabe que colocado
em votação e não havendo quórum, ele não existe no mundo jurídico, não foi
votado. A apregoação do Requerimento não lhe dá vida.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não
vou ficar dialogando com V. Exa. Não é correto, não vou fazer isso, quero
respeitar os encaminhamentos dados. Quero, apenas, fazer uma observação, pois
parece-me que fica muito ao alvedrio de quem faz o Requerimento, de poder
completá-lo e assim manipulá-lo no sentido de quando irá à votação. Requeiro
que V. Exa., talvez, determine uma avaliação um pouco mais adequada. Reconheço
que o assunto tem uma certa complexidade, não quero, por isso, criar nenhuma
dificuldade à direção dos trabalhos. Pareceu-me que o encaminhamento teve algum
viés trazendo alguma dificuldade de entendimento do porquê de não ter retornado
a essa Sessão. Respeito o encaminhamento de V. Exa.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Jamais manipularia o Requerimento, ao meu alvedrio. Isso foi
concordância do Plenário, no dia, que o requerimento voltaria para ser
complementado, então, depois voltaria à Sessão. Foi aceito pelo Plenário.
O
SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, no art. 94, parágrafo terceiro do nosso
Regimento, diz: “Dependerá de deliberação do Plenário, sem discussão, com
encaminhamento de votação, através do autor e de um representante de cada
Bancada, o Requerimento que solicitar...” Têm várias alíneas e na letra “i”,
diz: “Retirada de proposição da Ordem do Dia por solicitação do autor.” Não
houve, formalmente, a requisição. O Plenário não deliberou sobre isso. Então,
na minha leitura, está incorreto o procedimento. E, se for retirado pelo autor,
ele, necessariamente, tem que recomeçar o seu processo. Obrigado.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): O próprio Ver. Guilherme Barbosa reclamava, da tribuna, que
apenas havia uma citação minha, no Requerimento, e que não estava acompanhado
dos devidos documentos comprobatórios. Então, ficou combinado que, em face da
inexistência de quórum, após a votação, esse processo começasse novamente e que
fosse encaminhado ao Vereador que tinha originado o pedido para complementação
das informações solicitadas em documentos, com o que o Plenário concordou.
Inclusive, peço a gentileza de consultar as notas taquigráficas da última
Sessão, onde isso ficou combinado.
O
SR. PRESIDENTE: Eu
pretendo, como já ficou claro em minhas manifestações, me comportar sempre
vinculado ao Regimento, não poderia fazê-lo de outra maneira.
Eu creio que o Ver.
Guilherme Barbosa levantou a questão que nos coloca no estágio de que, embora
houvesse manifestações de que estaria incompleto o processo, formalmente, não
poderia ter saído da Ordem do Dia, a não ser por Requerimento do autor, que não
foi o caso. A não ser que me provem o contrário, o Requerimento, realmente,
deveria estar na Ordem do Dia de hoje. O Plenário estava cheio de boas
intenções, mas temos que seguir o Regimento. Pelo Regimento, o Requerimento,
para receber essas suplementações, teria que ser requerido pelo Vereador autor
e não o foi. No meu entendimento, até que provem o contrário, - e eu não faria
a arbitrariedade de retirá-lo, jamais. Então, ele não deveria ter saído do
âmbito da Ordem do Dia. Embora a intenção fosse boa, mas peço a compreensão do
Ver. Cláudio Sebenelo. Como o Ver. Cláudio Sebenelo não fez a retirada, outro
Vereador não o faria, e a Mesa muito menos teria competência para retirá-lo.
Então o encaminhamento do Vereador, ao arrepio do Regimento, no meu
entendimento, não está correto. Pedirei à Diretoria Legislativa que reintegre o
Requerimento. Se não for possível neste momento, tudo bem, os Vereadores
compreenderão, mas está registrada a posição do Presidente.
A Procuradora está vindo,
mas de qualquer forma a minha interpretação é essa. Até que se recomponha,
porque ele não está materialmente aqui, nós aguardaremos.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Só
quero saudar a decisão de V. Exa. e acrescer de que esse Requerimento deveria
ter sido feito por escrito, não poderia ser de forma verbal. V. Exa. toma a
decisão correta. O assunto é complexo, creio que a Diretoria Legislativa agiu
com a maior boa-fé possível, e apenas foi um problema de interpretação do
Regimento, questão de menor importância, que será restabelecida com a decisão
de V. Exa.
O
SR. PRESIDENTE:
Requerimento nº 001/99, de autoria da Vera. Clênia Maranhão que requer seja
realizada em 09 de março de 1999, Sessão Solene para homenagear o Dia
Internacional da Mulher.
A Vera. Clênia Maranhão está
com a palavra para encaminhar o Requerimento.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Rapidamente, apenas para justificar o
Requerimento de minha autoria que solicita que, no dia 9 de março, possamos
comemorar, nesta Casa, o Dia Internacional da Mulher. O dia 8 de março é um dia
comemorado internacionalmente pelas mulheres de todos os países do mundo e que
aqui, no nosso Estado, tem sido marcado por grandes atos de mobilização e
participação feminina. A minha sugestão original era de que pudéssemos
comemorar essa data no dia 8 de março, segunda-feira, mas, considerando que há,
nesta Casa, uma Resolução em vigor desde setembro de 1991, que define que a
Câmara Municipal de Porto Alegre deve comemorar essa data através de uma Sessão
Solene, e que, na terça-feira subseqüente poderá ser uma data designada para
isso, nós sugerimos que, na terça-feira, dia 9, esta Casa possa ocupar o espaço
para fazer uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Esta é uma data que se
repete todos os anos nesta Casa e nós temos realizado esta Sessão que,
seguramente, deverá ser trabalhada pelo conjunto dos Vereadores, mas
especialmente pelo conjunto da bancada feminina, de uma forma unitária, para
que possamos resgatar, nesta oportunidade, a luta histórica que as mulheres têm
desenvolvido no mundo em busca de uma igualdade de oportunidades e de direitos
envolvendo para isso o conjunto da nossa sociedade porto-alegrense. Muito
obrigada.
(Não revisto
pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 01/99.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu faço questão absoluta de encaminhar o
Requerimento da Vera. Clênia Maranhão, pela Bancada do PSDB, em relação a
comemoração ao Dia Internacional da Mulher, 8 de março. Ontem eu lia uma das
obras fulgurantes em nossas livraria, chamada “A Era dos Extremos” de Eric
Hobsbawn, e uma das opiniões sobre as diferenças entre o século passado e esse
século, que vão desde a sociedade de poupança, do século passado, a essa
sociedade de consumo; desde a deseuropeisação da cultura que era toda ela
focada na Europa e nesse século globalizada, espalhada pelo mundo, dessa
individualização do pensamento humano onde o homem, ser humano, ocupa hoje um
processo egoístico de indivíduo e não de sociedade, o predomínio dos interesses
do indivíduo sobre os interesses da sociedade, eu vi com surpresa muito
agradável que a grande proeminência do Século XX, além das tragédias, das
desgraças de duas grandes guerras, de uma explosão tecnológica inigualável,
indiscutivelmente, foi a eminência da mulher em um mundo em que seu papel, por
um processo discriminatório, era absolutamente secundário e, hoje, os grandes
debates se voltam a buscar o esclarecimento dessa emergência, do porquê a
mulher passa a ocupar na sociedade. Em todos os congressos, em todas as
associações voltadas ao interesse da mulher há esse debate por essa ocupação
política, por essa busca política de ocupação de espaço, por parte da mulher,
com direitos idênticos ao do homem. Indiscutivelmente, desde a entrelinha do
sentimento subjetivo que a mulher experimenta no seu espaço privado, na sua
casa, e que passa essa experiência, cheia de intuição, numa época em que o
racionalismo é fundamental, numa época em que a ciência predomina, a intuição
da mulher faz com que, no momento em que ela passa a buscar um novo espaço - e
desta vez um espaço público - passa também a privilegiar esse espaço público
por um enriquecimento ético, de descobertas, de uma sociedade menos agressiva,
mais cuidadosa, mais preventiva, mais humanizada. Essa é a avaliação, pois na
medida em que vai se desenvolvendo a ocupação da mulher nesses espaços, há
também a presença muito forte dessa intuição, dessa sutil avaliação do espaço e
das relações humanas, que o homem até hoje não conseguiu. E a mulher, pelo
exercício da prática familiar e do seu fator integrador da família, faz com que
a sociedade, no momento em que ganha o concurso da mulher nos cargos de
decisão, seja acrescida de ética, sensibilidade e humanização.
Acho que o Requerimento da
Vera. Clênia Maranhão tem esse registro e é motivo de júbilo para esta Casa,
numa época em que a sociedade inteira está a abominar qualquer tipo de
discriminação. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Antônio Losada está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 01/99.
O
SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, queremos nos congratular com a Moção da Vera.
Clênia Maranhão.
A categoria profissional da
indústria do vestuário reúne 90% de trabalhadores mulheres. Essa categoria
trabalhou, através do seu Sindicato, incansavelmente para a participação das
mulheres na sua data internacional, dia 08 de março.
O Sindicato dos
Trabalhadores da Indústria de Vestuário, nos anos de 1960, foi um dos
Sindicatos pioneiros a enviar uma delegação de mulheres ao Congresso
Internacional de Mulheres em Moscou. Nós mandamos duas trabalhadoras da fábrica
Renner para participar dessa significativa data do dia 08 de março em Moscou.
Portanto, a nossa categoria profissional tem um comprometimento histórico com
essa data desde o início dos anos 1960, quando essa data não tinha significado
e repercussão alguma entre as trabalhadoras brasileiras, no movimento social
brasileiro.
Essa data, após desenvolvida
intensamente na União Soviética, destacou-se, hoje, em todos os países do mundo
que, sem dúvida, comemoram anualmente.
Nós queremos nos congratular
com a Vera. Clênia Maranhão que, sem dúvida, é uma Vereadora que tem um papel
destacado na luta das mulheres e exerce um papel significativo na organização
das mulheres trabalhadoras de Porto Alegre. E essa Moção de Apoio à data de 08
de março, nada melhor do que a própria Vereadora para propor. A Bancada do
Partido dos Trabalhadores, um partido, Vereadora, que, sem dúvida, nasce do
movimento sindical, nasce da luta das mulheres, não podia negar o apoio a essa
iniciativa. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o Requerimento nº 001/99. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa) APROVADO.
(Obs.: Foram aprovados os
demais Requerimentos constantes da Ata.)
Passamos às
O Ver. Adeli Sell está com a
palavra.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Uso o momento importante desta Comissão
Representativa para tratar de um assunto que nos preocupa muito, não apenas na
Capital dos gaúchos, mas em todo o Estado do Rio Grande do Sul. Queremos
discutir a situação dos telefones em Porto Alegre, e da nossa grande
dificuldade de hoje nos comunicarmos, seja com as pessoas da Capital, do
interior do Estado ou do resto do País. E também quero levantar alguns
questionamentos à Companhia Rio-Grandense de Telecomunicações e à Telefônica.
Ontem, enviei um ofício, levantando uma série de questões, ao Dr. Guilherme
Socias Vilella, Presidente da AGERGS - Agência Reguladora dos Serviços
Concedidos, porque estamos verificando que em muitos lugares os pedidos de
instalação de linhas telefônicas não obedecem mais à ordem de inscrição. E,
pior, verificamos que em Porto Alegre, como também no interior do Estado, há
pedidos de instalação de linhas telefônicas, regiamente pagas, inclusive já
pagando a primeira conta telefônica sem tê-la instalada, e o serviço da CRT
manda que estes futuros usuários continuem pagando a conta básica mensal sem
ter o seu telefone. Isso é contra toda e qualquer regra que defenda o nosso
consumidor. Portanto, estou aqui para protestar veementemente contra a
Companhia Rio-Grandense de Telecomunicações, contra a Telefônica, essa empresa
que era pública, que prestava um grande serviço. Tínhamos, sem dúvida, uma
falta de linhas, mas hoje é alardeado um incremento de linhas telefônicas; está
mais fácil conseguir um telefone celular, mas também aumentou em proporções
muito grandes as dificuldades para se conseguir falar. E não é por um problema
que foi noticiado de que isso acontece na interrupção de uma linha por um
acidente ou por qualquer coisa externa à vontade dos homens, mas acontece aqui
pela incompetência, pelos maus serviços prestados na telefonia do Rio Grande do
Sul.
Quero lembrar aqui também o
que denunciou o grande jornalista Élio Gaspari em vários jornais deste final de
semana em suas colunas. Pela seriedade com que Élio Gaspari trata das questões,
estamos verificando que são cobradas ligações que nunca foram feitas, e a
telefônica concordou que havia problemas e estava verificando o que fazer. Como
é possível, num minuto, alguém fazer ligações para outro estado, mal a pessoa
responde seu nome e depois volta a falar de novo. Isso não existe. Pode parecer
pouco dezoito centavos de cada uma dessas chamadas ou alguns centavos que não
completam um real. Mas para o consumidor isso dá alguns reais. Somando o
conjunto de consumidores, o conjunto de usuários da CRT, teremos alguns milhões
de reais usurpados do bolso dos usuários. E é contra isso que estamos nos
colocando. Infelizmente a grande imprensa do nosso Estado pouco tem denunciado
essa questão. São algumas pequenas notas, algumas desculpas, mas o grande
jornalista Élio Gaspari tem a coragem de colocar o dedo nessa ferida em uma
importante matéria nos jornais deste final de semana. Mas o que conta mesmo não
é só o que aparece na mídia, é o que dezenas de usuários nos trazem diariamente
a esta Câmara de Vereadores. E eu sei que não sou o único Vereador desta Casa
que tem recebido essas queixas.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradecendo o aparte. Os
jornais de hoje, inclusive, e isso já se repete há alguns dias, a própria
Agência Nacional que regula os serviços de telecomunicações, a ANATEL, já
começa a fazer pressão sobre as empresas e, coincidentemente, aquelas que foram
privatizadas, porque elas não têm cumprido o contrato de investimento de
qualificação dos serviços. Portanto, não é uma situação só do Rio Grande do
Sul, é, também, a situação de várias empresas do País, trazendo uma situação
que também não é só do Brasil, já se repetiu em muitos outros lugares do mundo.
E nós éramos chamados de dinossauros, de atrasados, quando dizíamos que
exatamente isso iria acontecer.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Guilherme Barbosa, se nós lermos diversos artigos e juntarmos estas
informações, vamos ver que, inclusive, as questões que envolveram o ex-Ministro
Mendonça de Barros e todas estas discussões não são fortuitas, porque houve
privilegiamento e, ontem, havia denúncias, ainda, nos jornais, contra o
ex-Ministro Mendonça de Barros que beneficiou, com a sua ação no Ministério,
determinadas empresas e privilegiou determinados Bancos dos quais ele e Pérsio
Arida são sócios. Portanto, nós estamos, aqui, para colocar esta importante
questão. Repito, enviei ofício à Agência do Rio Grande do Sul, que é
responsável pela fiscalização. Eu espero que o Dr. Guilherme Socias Vilella e
sua equipe façam esta fiscalização, porque, também ontem, recebi uma denúncia
que veio do interior do Estado. Ela só vem a se somar às denúncias que recebo
dos cidadãos desta cidade, porque, como Vereador, os represento. Numa cidade do
interior, para fazer uma ligação, alguém se apresenta e diz: “O seu telefone
será ligado, se fizer uma ligação externa, que não tinha sido colocada, e custa
novecentos reais. Não posso lhe dar nota do meu serviço e nem dos materiais”.
Isso também é estranho. Eu documentei tudo isso e enviei ao Sr. Guilherme
Socias Vilella.
Ver. Cláudio Sebenelo,
sempre que vierem as denúncias, colocarei publicamente para a agência
reguladora para que ela tenha condições de fazer a fiscalização.
O
Sr. Cláudio Sebenelo: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Queria cumprimentá-lo pelo
zelo, pela fiscalização. A única coisa que eu pediria é que V. Exa.
denunciasse, da tribuna, esta pessoa que fez este tipo de proposta. Isso deve
ser publicado, porque é inadmissível, quando se sabe que hoje a instalação de
um telefone é tão barata, se cobre por um trabalho desses uma importância
absurda. Se V. Exa. tiver documentos em relação a essa denúncia, deveria ser
publicado, inclusive, a pessoa deveria ser indiciada. Acho isso um caso de
polícia.
O
SR. ADELI SELL: Tudo o
que falei aqui, foi relatado em um ofício à Agência Reguladora dos Serviços
Concedidos - AGERGS, presidida pelo Sr. Guilherme Sociais Vilella. Farei tudo
isso sempre dessa maneira: com as pessoas que denunciam, endereço, responsáveis
e o que aconteceu em cada lugar. O serviço telefônico no Rio Grande do Sul está
muito mal e pelas notícias que vêm de todo o País, a telefonia está piorando e
é o usuário que está sendo logrado. É contra isso que nos rebelamos. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a
palavra o Ver. Antônio Losada. Desiste. Com a palavra o Ver. Carlos Garcia.
Ausente. Com a palavra o Ver. Cláudio Sebenelo em Comunicações.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, quero aproveitar a presença do Ver. Guilherme
Barbosa para relembrá-lo de um fato, quando debatíamos uma vez, em uma rádio
local sobre o problema da Free Way e o Vereador, na sua condição inclusive de
Engenheiro, dizia que seria uma catástrofe, dava proporções catastróficas à
privatização da Free Way, e que grande acidentes ocorreriam com a diminuição do
que chamamos vulgarmente de acostamento, eu dizia que, quem sabe, depois da
privatização se deixasse funcionar, - que coincidiu, também, com a vigência do
novo Código Nacional de Trânsito, e hoje se vê a Free Way praticamente sem
acidentes, sendo que o fluxo, nos dias de mais de 70 veículos por minuto,
passando por lá, mostra-se adequado. Isso mostra o acerto, não só da
privatização, como das medidas de engenharia de trânsito que hoje mostram o
progresso e, indiscutivelmente, o excelente aproveitamento daquela estrada.
Quero me referir à CRT, de
novo, que mostra o excelente aproveitamento das suas linhas com a chegada desse
magnífico avanço tecnológico que é o telefone celular, que nos traz um
benefício pessoal muito grande e para toda a sociedade, com a instantaneidade
da comunicação. Os telefones fixos, nas residências, por valores risíveis e com
extrema facilidade em consegui-los.
Essas ocorrências
puntiformes, eventuais, como as levantadas aqui pelo Ver. Adeli Sell, que não
são ocorrências de uma monta estatística significativa, a ponto de invalidar
todo um processo de privatização e de avanço das comunicações, mostram que,
muitas vezes, apenas a criação de um fato político e, muitas vezes, a
exploração de eventuais falhas, denotam não o problema de uma política e, sim,
um problema visível de nivelamento por baixo e de ganho secundário na
exploração de uma notícia ou de um evento que, quase todas as vezes, não tem
nenhuma expressão estatística.
Vim à tribuna para ler os
quesitos respondidos em relação ao Ministério Público, por técnicos
especializados no processo que se desenvolve em relação à instalação do Projeto
HERMES. Então, começam a aparecer os erros grosseiros da Secretaria do Meio Ambiente,
na permissão de uma obra que era absolutamente inviável, do ponto de vista de
impacto ambiental, do ponto de vista de esgoto cloacal e fontes de recursos
hídricos, inclusive em matéria assinada pelo técnico Carlos Eduardo Salus
Voegeli. Termina dizendo assim: “A parcela da fotografia aérea de 87, onde é
indicada a localização do Projeto HERMES, cuja drenagem superficial de sangas e
olhos de água são controladas por fraturas e falhas geológicas que polarizam o
fluxo de água subterrânea e os cursos de águas superficiais, enfatiza-se que as
fotografias assim mencionadas comprovam o dano ambiental provocado pelas obras
em andamento, conforme no documento já relatado no documento intitulado de
subsídios técnicos ao Ministério Público. Em face ao acima exposto, no que será
apresentado nas respostas ao quesitos, se torna imperiosa a suspensão da
construção da obra, com finalidade de reavaliar a situação, com base em um
estudo de impacto ambiental, no relatório de impacto ambiental”.
Pois, apenas, Srs. Vereadores,
essa constatação faz ver que foram aterradas apenas as origens, as vertentes do
Arroio Areia, que tem suas fontes iniciais na Rua Luiz Manoel Gonzaga. Pois
agora essas fontes foram aterradas, conseqüentemente, há um reaparecimento dos
locais de antigas drenagens de olhos d’água em novos locais, filmados por
satélite. É proibido formalmente pela Lei Orgânica do Município qualquer
agressão, quem dirá esta agressão de soterramento das fontes hídricas. Está
escrito na LOM. A cada quesito da Lei Orgânica onde se vê a proibição, por
exemplo, são reservas ecológicas florestas e demais formas de vegetação
natural, vemos que desde o maricá, a balsamina, embaúbas de até dezoito metros
de altura, salseiros que habitam a beira de rios, lagos e de água subterrânea.
Pois essa água subterrânea começa a aparecer nos locais onde surgem novos olhos
d’água, o salseiro, que habita a beira de rios, lagos ou de muita água
subterrânea.
A resolução do Conselho
Nacional do Meio Ambiente, de dezembro de 97, diz em seu art. 5º que compete ao
órgão ambiental estadual ou ao Distrito Federal o licenciamento ambiental e
impedimento de atividades localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais
formas de vegetação natural de preservação permanente relacionados no art. 2º
da Lei nº 4771, de 15.12.65, e todas as que assim forem consideradas por normas
federais, estaduais ou municipais. Nesse contexto caracteriza-se, mais uma vez,
que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre extrapolou de suas funções quando da
autorização do Projeto HERMES, sem exigência de licenciamento ambiental por
parte do Governo do Estado ou por parte da FEPAM. Do ponto de vista do estudo
da viabilidade urbanística, do parcelamento do solo e viabilidade técnica, há
uma quantidade impressionante de ofensas à rede pluvial e ao problema
fundamental que é o esgoto. Tais observações são agravadas, de forma
assustadora, quando documentos oficiais da Prefeitura Municipal de Porto Alegre
projetam para ano de 2010 no Bairro Três Figueiras, na Chácara das Pedras, uma
população entre quatrocentas e quatro mil a seiscentos e trinta e oito mil
habitantes, respectivamente. Isso também mostra uma completa e total
indiferença aos dispositivos legais quando do licenciamento desse Projeto. A
cada documento que se traz, a cada constatação que se faz e a cada perito que
se ouve, cada vez mais fica implicada a Administração Popular, especialmente, a
Secretaria do Meio Ambiente por ter permitido fazer essa monstruosidade contra
o meio ambiente e contra as relações urbanas já estabelecidas e conquistadas
pelos antigos moradores dessa área. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: A Vera.
Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste período regimental quero trazer três
questões que considero importantes e que estão em pauta em nossa Cidade e em
nosso Estado.
A primeira questão se refere
à área da saúde e ao direito do cidadão, no que diz respeito, também, à questão
do consumidor.
A imprensa publicou, hoje,
vastamente, uma situação que acontece nas farmácias de Porto Alegre e talvez
aconteça, também, em outras cidades e em outros Estados. Mas é nossa
responsabilidade, enquanto representantes da população de Porto Alegre, pedir
medidas ao Poder Executivo Municipal no que se refere à venda de medicamentos
aqui na Capital do nosso Estado. Essa questão dos medicamentos tem sido pauta
de discussão em outros momentos, quer seja quando discutimos os preços dos
medicamentos ou, quando ocupou a preocupação de todos nós, assim que tivemos
conhecimento da onda brutal de medicamentos falsificados existentes em grande
parte das farmácias de Porto Alegre.
Porém, agora uma outra
questão assusta os cidadãos no que diz respeito aos medicamentos. Há todo um
padrão estético vigente na sociedade que coloca para as pessoas a necessidade
do emagrecimento. Evidentemente, é preciso que haja uma conscientização em
relação à saúde e à necessidade de práticas saudáveis, porém os grandes
laboratórios têm sistematicamente colocado no mercado produtos considerados
verdadeiros milagres para a solução de problemas de saúde. O do momento, é o
famoso medicamento com o nome comercial de Xenical, que virou mania e que,
neste momento, é o verdadeiro best seller
das farmácias, vendido em Porto Alegre sem receita médica. Qualquer um de nós
pode se dirigir a algumas farmácias da Capital e ter acesso a esse medicamento,
ele custa, em média, R$ 193,00 nas farmácias, um medicamento sobre o qual há um
alerta feito pelos médicos sobre os riscos perigosos que pode trazer para a
saúde e que está sendo consumido sem nenhum controle. Não há nenhum cientista
nessa área, nenhum farmacêutico que não tenha a preocupação e que não diga
publicamente que ainda não é conhecido o conjunto das repercussões que pode
trazer para o organismo humano a ingestão indiscriminada desse medicamento.
Portanto, é preciso que a
Secretaria Municipal de Saúde, responsável pela fiscalização das farmácias,
tome uma atitude no sentido de garantir que a venda desse produto só possa ser
feita mediante a apresentação da receita médica, organismos da nossa Cidade,
como o Centro de Recuperação e Estudos da Obesidade, o CREO, tem se pronunciado
com relação a isso. Vários médicos têm se pronunciado com relação a isso,
porém, a propaganda generalizada na defesa desse medicamento tem feito com que
as pessoas acreditem nesse milagre, em mais esse milagre farmacêutico, e que
comecem a consumi-lo em nossa Capital sem nenhum controle médico o que vai
trazer, seguramente, danos a sua saúde. Eu acho que é uma preocupação que nós
devemos ter e, enquanto Vereadora, estou encaminhando para a Secretaria da
Saúde, através dos trâmites regimentais desta Casa, um Pedido de Informações
sobre quais são as ações efetivas que a Secretaria Municipal da Saúde está
tomando nesta área para garantir esse direito dos cidadãos que estão sendo
vítimas de uma propaganda indiscriminada com relação a esse medicamento.
Quero trazer, aqui, além
dessa questão, dois rápidos registros que são importantes para a nossa Cidade.
Todos já temos conhecimento que no próximo dia 20, chegará ao Porto de Rio
Grande a expedição global contra a poluição industrial trazida pelo Greenpeace e eu acho que nesta
oportunidade nós teremos vários dados e vários debates na sociedade gaúcha a respeito
da questão da poluição industrial, a questão da poluição ambiental de uma forma
geral, em nosso Estado, o que vai permitir, seguramente, a partir desses
debates, uma maior participação da nossa Câmara nas questões ambientais do
nosso Estado.
Por último, eu queria fazer
um registro que é a posse, que aconteceu no dia de ontem, do novo Presidente da
Cruz Vermelha, o Irmão Avelino Madalozzo que substitui a Sra. Marelli Marcham,
na Presidência da Cruz Vermelha. Eu achei importante fazer esse registro porque
a Cruz Vermelha tem sido uma entidade que tem se destacado, não apenas no
Brasil mas em outros países do mundo, na busca de pessoas desaparecidas. Aqui
em nosso País, trabalhado muito na luta contra a dependência química, na
prevenção da AIDS e no desenvolvimento de projetos especiais para a juventude e
para terceira idade. É, portanto, uma entidade não-governamental que cumpre uma
tarefa cidadã super importante. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE: O
próximo Vereador inscrito é o Ver. Eliseu Sabino. Ausente. O Ver. Guilherme
Barbosa está com a palavra em Comunicações.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, quero também cumprimentar a Dra. Alfa Teixeira,
com quem tive a grande satisfação de trabalhar no Departamento Municipal de
Água e Esgoto, com quem muito aprendi a gostar das nossas águas, pois a Dra.
Alfa é uma das maiores autoridades no que se refere ao grande manancial do
“rio-lago” Guaíba.
Com relação ao Projeto
Hermes, assunto trazido a debate pelo Ver. Cláudio Sebenelo, é preciso
esclarecer e lembrar que o Plano Diretor de 1979 já permitia a ocupação
intensiva daquela área. Portanto, desde aquela época há essa determinação desse
tipo de ocupação. Mesmo não tendo um conhecimento detalhado sobre o Projeto,
acredito que é um Projeto que tem se preocupado com todos esses aspectos
ambientais, controlado pela Prefeitura. E apesar do posicionamento do
Ministério Público, as ações da associação da região não têm tido o seu mérito
ganho. É um processo ainda não decidido completamente, mas o que há de decisão
até agora é favorável à Prefeitura. No entanto, defendemos a permanência do
debate e se houver algum erro, que ele seja corrigido.
Quero cumprimentar a Vera.
Clênia Maranhão pela abordagem que fez sobre o remédio Xenical, que virou moda.
A gente pára um pouco para refletir e pensa: como pode um remédio, qualquer que
seja, ser objeto de propaganda, de lucro para um determinado laboratório? O
remédio é um produto a ser usado quando se precisa, quando alguém carece desse
produto para sua saúde. Mas os remédios são divulgados de tal forma que ele
cria a necessidade de seu consumo, antes mesmo que a pessoas, às vezes,
precisem dele. E, em outras ocasiões, tenho dito que todo remédio, se não é
usado corretamente, na dose necessária, no período determinado, vira um veneno.
E, mais ainda, essa história de remédio para emagrecer, todos nós sabemos que
até pode dar resultado, mas o peso, a alimentação de uma pessoa é um processo
que não adianta nada usar esses métodos milagrosos, como o da lua ou o da
fruta, que pode dar resultado em uma ou duas semanas, mas se a pessoa não mudar
seu hábito alimentar, logo mais adiante poderá ficar mais pesada do que era
antes. Só o capitalismo justifica uma história dessas: o lucro a qualquer
custo, mesmo que seja enganando as pessoas e atacando a saúde das pessoas. Por
isso, cumprimento a Vereadora por trazer esse assunto a nossa discussão.
Quero também abordar um tema
que tem sido motivo de minhas preocupações que é a situação do Corpo de
Bombeiros, não só da Capital como de todo o Estado. Estou para falar sobre isso
há muito tempo, mas não tinha tido oportunidade, e no dia 27 de dezembro,
domingo, do ano que passou, o jornal “Zero Hora” trouxe uma matéria importante,
cuja a manchete era: “Alerta no Corpo de Bombeiros da Capital.”; e o subtítulo:
“As equipes da unidade de busca e resgate estão sofrendo com a falta de
veículos para as operações de socorro”. E, então, dizia o texto: muitos dos
nossos veículos de bombeiros da Capital estão precisando de conserto e nem isso
se faz. Sabemos que temos um número de estações de bombeiros que é a metade
daquilo que o Corpo de Bombeiros considera importante, necessário e fundamental
para nossa Capital. E, mais ainda, carência de veículos, de equipamentos para
os bombeiros que são heróis.
Tenho estudado os orçamentos
estaduais para o Corpo de Bombeiros. É sempre preocupante! De acordo com dados
que tenho, em 1996, o orçamento para o Corpo de Bombeiros foi de 17 milhões e
820 mil reais, sendo apenas um milhão e trezentos mil reais para investimento
em equipamentos novos para o Estado inteiro.
Para que os Srs. Vereadores
tenham uma idéia, uma escada de grande altura, que se costuma chamar de Magirus
- na verdade, Magirus é o nome de uma fábrica de escadas -, custa 900 mil
reais. Nós todos estamos lembrados do incêndio que ocorreu no Edifício Cacique,
quando houve a necessidade de uma escada, que veio de Novo Hamburgo, levando o
seu transporte até aqui uma hora e meia. Dá para imaginar o que aconteceu: já
quase não havia o que fazer quando o equipamento chegou.
Em 97, até pela pressão
ocorrida no ano de 96, a verba para investimento cresceu de um milhão e 300 mil
reais para dois milhões e meio de reais, mas o lamentável é que a verba para
todo o Corpo de Bombeiros diminuiu. No ano anterior, havia sido de 17 milhões e
820 mil reais, caindo, em 97, para 15 milhões e 460 mil reais. A verba para
manutenção diminuiu. Aumentou a verba para investimento, mas caiu a destinada à
manutenção. Em 98, aumentou, novamente, a verba total para o Corpo de
Bombeiros, para 17 milhões e 140 mil reais, voltando ao patamar de 96. No
entanto, votou a cair a verba para investimento, para um milhão e 990 mil
reais. Comparando 97 com 98, vemos que houve uma queda de 20% da verba para
investimento. Agora para 99, no orçamento deixado para o novo governo, de
Olívio Dutra, a verba total fica praticamente a mesma; caiu um pouco - 0, 4% -,
mas a verba para investimento cai de novo, 3, 5%, ficando no patamar de um
milhão e 920 mil reais.
Eu quero chamar a atenção do
nosso novo Governador, companheiro Olívio Dutra, e do novo Comandante da
Brigada Militar, Cel. Roberto Ludwig, para essa questão do Corpo de Bombeiros.
São absolutamente insuficientes os recursos para essa corporação que, volto a
dizer, é de heróis. Tenha ou não equipamento, tenha ou não caminhões, os
Bombeiros sempre atendem ao chamado, fazem o que é possível e, às vezes, o que
é impossível para combater o fogo. Mas, temos uma situação longe da ideal na
Capital e no Estado inteiro, estamos sempre sob risco. Se tivermos de novo, e
todos torcemos para que isso não venha a acontecer, as condições de atendimento
do Corpo de Bombeiros é precária, numa situação de um grande incêndio, num
grande edifício. Chamo a atenção do novo Governador, do novo Comandante da
Brigada para uma necessidade, quem sabe, mais adiante, de suplementação de
verba para a corporação de Bombeiros, porque é absolutamente insuficiente o que
temos hoje. Como sou o autor da lei que passou a manutenção e crescimento do
número de hidrantes na Cidade, que não tinha nenhum responsável legal, há dois
anos, para o DMAE, tenho conhecimento de que isso está funcionando bem. O DMAE
tem feito a manutenção da nossa rede de hidrantes, tem aumentado o número de
hidrantes na Cidade. Inclusive o Diretor Dieter Wartchow, agora presidente da
CORSAN, dirigiu-se ao nosso ex-Presidente Luiz Braz, querendo prestar contas a
esta Casa sobre a maneira como essa lei estava sendo implementada na Cidade. E
ficou, inclusive, combinado que, ao sairmos do recesso, o DMAE virá à Câmara de
Vereadores prestar contas sobre essa lei. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Srs.
Vereadores, lamento informar que não temos quórum para o prosseguimento da
Sessão.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Peço
a V. Exa. que registre, ao lado da nossa frustração, que estava aguardando até
este momento para manifestar-me sobre a matéria, sobre os assuntos do
dia-a-dia, que é nosso dever como integrante da Comissão Representativa. E,
como dificilmente comparecerei amanhã, em função de uma série de exames médicos
a que me submeterei, que fique registrado o lamento de não poder participar
desse debate que hoje, aqui, instalou-se.
O
SR. PRESIDENTE: Estão
encerrados os trabalhos da presente Reunião.
(Encerra-se Reunião às 12h17min.)
* * * * *